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Árbitra do ABCD vence preconceitos no futebol

Gil Moura, moradora do Jardim Detroit, aposta na carreira dentro do gramado

Driblar preconceitos, viver sob pressão de atletas no campo e jamais ter receio de punir infratores com o cartão amarelo ou vermelho. A velha máxima de que “futebol é coisa para homem” não está no vocabulário de Regildênia de Holanda Moura, a Gil, 36 anos, moradora no Jardim Detroit, em São Bernardo. Desde 2004, é uma das três melhores árbitras assistentes da FPF (Federação Paulista de Futebol), onde ingressou após passar em muitos testes.

Em 2007, Gil foi incluída também no quadro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A partir daí, passou a viajar por esse interior afora e buscou forças para a sua auto-afirmação. Afinal, a oportunidade de apitar na Primeira Divisão (após trabalhar nas Séries A2, A3 e Segundona) bateu mais rápido do que previa à sua porta. Em seu álbum, ela valoriza fotos dos principais jogos e partidas de final de ano com a estrela Marta, Rubens Barrichello, Carlos Alberto Parreira e Felipe Massa.

Separada, sem filho, Gil começou a apitar futebol na várzea em 1990 nos campeonatos da Liga de São Bernardo. Já apitou decisão da tradicional Copa Kaiser e optou por ser árbitra central, e não apenas assistente. “Juiz ganha R$ 2 mil por partida e assistente apenas a metade. Portanto, eu quero estar no centro do campo comandando. Sou feliz assim.”

Desde os tempos do “terrão na várzea”, segundo Gil, ela sempre foi vaidosa fora de campo: usa batom, cremes caros, perfumes, pinta o cabelo, unhas e se veste bem para chegar aos estádios. Dentro de campo, Gil muda sua personalidade, assume a postura de árbitra e se faz respeitar. “Meu ex-marido já me dizia: você é mandona.”

Nascida na pequena cidade de Ouricuri, Pernambuco, Gil veio morar no ABCD com pouco mais de 10 anos. “A Gil sempre foi muito determinada, é respeitada e merece tudo o que conseguiu até hoje”, elogia o vice-presidente da Liga, Saul Lino.

A árbitra não quer filhos em função da carreira, excesso de viagens e, principalmente, por estar na Primeira Divisão. Para Gil, a ex-árbitra Sílvia Regina “abriu as portas” para a mulher na profissão, mas admite ser fã de um homem, o também juiz Wilson Luiz Seneme.

Por: Edélcio Cândido / ABCD Maior
Link: http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=28631

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